Da Redação
A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou na manhã desta quarta-feira, 29, audiência pública para debater a crise financeira da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto, em Divinópolis.
A audiência foi realizada por requerimento do deputado Fabiano Tolentino (PPS). Segundo a prefeitura de Divinópolis, o Governo do Minas atrasa desde 2016 repasses de recursos financeiros.
— Vamos reivindicar que o governo do Estado faça o pagamento à Prefeitura de Divinópolis para a manutenção da UPA. De acordo com a Prefeitura, já são 12 parcelas mensais em atraso, cada uma delas de R$ 125 mil — afirmou Tolentino ao solicitar a reunião.
Conforme o Agora informou, no dia 13 de novembro o corpo clínico da UPA chegou a limitar o atendimento aos casos de urgência e emergência em decorrência do atraso no pagamento dos salários dos funcionários.
A situação foi provisoriamente resolvida após a prefeitura realizar o pagamento aos profissionais. Na ocasião, a Secretaria de Estado de Saúde divulgou uma nota admitindo o atraso nos repasses financeiros.
— O último depósito realizado em benefício da UPA de Divinópolis, no valor de R$ 125 mil e relativo à competência de outubro de 2016, foi paga em junho de 2017. O pagamento referente ao período entre novembro de 2016 e setembro de 2017 aguarda disponibilidade financeira para ser efetuado — afirmava a nota oficial do governo.
A UPA Padre Roberto chega a atender 400 pessoas por dia.
— Mais importante do que estancar a ferida é cobrar do Estado para que não atrase os pagamentos. O Estado não cumpre com o mínimo de sua obrigação, que é repassar R$ 125 mil por mês. Estamos aqui para cobrar o que é de competência do governador: pagar mês a mês não apenas à UPA de Divinópolis, mas a todas as outras que se encontram na mesma situação — disse o deputado.
Desafios
José Orlando Fernandes Reis, diretor administrativo da UPA, também comentou as dificuldades enfrentadas no atendimento aos pacientes.
— A UPA deveria atender até 350 pessoas por dia, mas chega a 400 atendimentos. Há 25 leitos para os pacientes que aguardam internação hospitalar, mas alguns chegam a esperar por até três meses, porque os hospitais que absorvem esses pacientes não conseguem atender toda a demanda — disse.
Hospital Público Regional
Tolentino ainda chamou atenção para o atraso nas obras no Hospital Púbico Regional, que aguarda liberação de recursos pelo governo do Estado para executar os 20% que faltam do empreendimento. De acordo com ele, a conclusão da obra resolveria grande parte do problema de atendimento aos pacientes de Divinópolis e região.
— Nosso intuito é trazer à tona o problema da Saúde em Divinópolis, principalmente na UPA. Mas há ainda o Hospital Regional, cuja construção está parada, mas parece que o governo não tem interesse nenhum pelo assunto. Isso é um absurdo. Em saúde não pode haver bandeira política. Não podemos admitir que esta Casa [ALMG] possa abaixar a cabeça para isso — conclui.