Pablo Santos
O fim da safra da cana de açúcar altera fortemente o preço do etanol. Desde 1º de outubro, o litro do álcool combustível já subiu 12,05% nas bombas de combustível de Divinópolis, conforme a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Ao contrário da gasolina e do diesel com possível queda de preço de acordo com a Petrobrás, a tendência do litro etanol é continuar subindo.
Na pesquisa de 1º de outubro deste ano, o etanol estava cotado R$ 2,571, em média, nos 10 postos pesquisados em Divinópolis, conforme pesquisa mensal da ANP. A partir deste período, o litro do derivado da cana de açúcar começou a subir e passou R$ 2,647 em 8 de outubro. Foram mais quatro altas registradas e, atualmente, o valor é de R$ 2,881, na semana de 30 de outubro a 5 de novembro. No menor preço, o litro é de R$ 2,649 e, no maior, R$ 2,999, de acordo com os dados da ANP.
A alta do etanol é devido ao término da safra da cana de açúcar. A moagem da cana terminou no começo de outubro. Com menos oferta do produto, as usinas sobem o preço e reflete nas bombas.
Tendência
Apesar das reduções anunciadas pela Petrobras, tanto em outubro quanto agora, a tendência para os preços do etanol ainda é de alta. As cotações do hidratado já estão firmes neste segundo semestre em virtude da menor produção, seja por causa das adversidades climáticas, seja pela preferência das usinas pelo açúcar, mais remunerador.
Conforme o relatório mais recente de acompanhamento de safra da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), na parcial da temporada, iniciada em abril, até outubro, a fabricação de etanol hidratado somava 12,3 bilhões de litros, 9% menos na comparação anual.
Na semana passada, os preços do etanol hidratado nos postos subiram em 19 Estados e no Distrito Federal, caíram em outros seis Estados e não variaram no Amapá, conforme levantamento da ANP, compilados pelo AE-Taxas. Na semana anterior, as cotações do produto haviam aumentado em 17 Estados e no Distrito Federal, caído em outros oito e não se alteraram no Amapá. No período de um mês, o biocombustível só registrou queda no preço em quatro Estados: Alagoas, Ceará, Paraíba e Rondônia.