Flávio Flora
Em reunião da Câmara, na última quinta-feira, vereadores comentaram sobre as reclamações de usuários contra coletivos sem trocador. A situação foi posta pelo vereador Careca da Água Mineral (PROS). Em seu pronunciamento, falou da lei municipal que trata da modernização do transporte coletivo de Divinópolis e que permite alguns ônibus circularem sem cobrador, cumprindo essa função o próprio motorista.
Por sua vez, o vereador Eduardo Print Junior (SDD) informou que tem recebido denúncias, que recomendam o reexame da situação, mas questionou ao final de seu pronunciamento:
— Será que a empresa está descumprindo a lei ou a Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (Settrans) liberou para ela outros horários, além do que foi expressamente disposto?
Modernização do transporte
Diante deste questionamento, a reportagem ouviu o diretor do Consórcio TransOeste, Felipe Carvalho, que esclareceu as dúvidas. Inicialmente, sobre atrasos nas viagens, o diretor disse que houve algumas reclamações pontuais, mas que estas foram corrigidas. Informou que a Settrans autoriza as linhas que têm a condição de rodar sem o cobrador, devido ao uso do cartão e a quantidade de passageiros.
Em seguida, ele fez questão de frisar que a modernização do transporte coletivo em Divinópolis não afetou o emprego dos cobradores, o que se comprova pela oferta de novas vagas, mas refletiu positivamente na planilha de custos da tarifa.
— Tanto é que a tarifa do cartão eletrônico é R$ 3,15 e a tarifa no dinheiro é 3,45, justamente para estimular o uso deste meio e reduzir o volume de dinheiro em espécie nos carros, o que repercute na segurança dos usuários, do motorista e da própria empresa, ressalta Carvalho. Em 2016, os assaltos a ônibus reduziram notavelmente, em decorrência dessas medidas.
— Divinópolis não pode ser tratada como uma ilha isolada. O mundo inteiro caminha nessa direção adotada pelo TransOeste — destaca Felipe Carvalho, citando vários exemplos de cidades que adotaram esse sistema: Belo Horizonte, Betim, Bom Despacho, Contagem, Cuiabá, Formiga, Goiânia, Itaúna e Rio de Janeiro, entre outras cidades brasileiras e internacionais como Buenos Aires, Londres, Miami e Nova Iorque.
— É uma realidade motorista trabalhar sem o cobrador em decorrência do uso da tecnologia. Então, Divinópolis não deve refutar a tecnologia, mas sim incentivar o seu uso para melhorar a prestação de serviços de transportes coletivos — conclui.
