Tragédia no futebol une clubes

José Carlos de Oliveira

 

A terça-feira amanheceu nublada para o futebol brasileiro. Ainda pela madrugada, a trágica notícia de um desastre aéreo com a delegação da Chapecoense que seguia para a Colômbia, onde esta noite começava a decidir a Copa sul-americana, contra o Atlético Nacional, deixou de luto o País do futebol.

A notícia, dada primeiro pela Rádio Caracol, da Colômbia, dava conta de que a terça-feira, 29 de novembro de 2016 seria para ser esquecida para sempre. O avião de matrícula CP2933 decolou da Bolívia, onde a delegação da Chapecoense, além de convidados e membros da imprensa, fez uma escala, mas apresentou problemas elétricos entre os municípios de La Ceja e La Unión.

A Chapecoense pegou dois voos para sua viagem à Colômbia. O primeiro partiu de São Paulo às 16h de segunda-feira, saindo de Guarulhos, a Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. Era um voo normal, de carreira – já que a Anac não liberou que a delegação fosse direto em voo fretado à Colômbia –, operado pela empresa boliviana BoA. O segundo avião, o do acidente, era bem menor. Pertencia à empresa Lamia e tinha capacidade para 95 pessoas. Era um modelo Avro Regional Jet 85, também conhecido como Jumbolino, de matrícula CP-2933, produzido pela British Aerospace. O acidente deixou um saldo de 75 mortos e apenas seis sobreviventes.

 

Nomes dos passageiros

 

Além dos jogadores da Chapecoense, o avião da Lamia levava também dirigentes, convidados especiais e integrantes da imprensa esportiva brasileira, que também morreram na tragédia.

Estavam entre os passageiros (com os seis sobreviventes) as seguintes pessoas:

 

Imprensa:

 

Victorino Chermont; Rodrigo Gonçalves; Devair Paschoalon; Lilácio Júnior; Paulo Júlio Clement; Mário Sérgio Paiva; Guilherme Marques; Ari Júnior; Guilherme Laars; Giovane Klein; Bruno Silva; Djalma Neto; André Podiacki; Laion Espindula; Rafael Henzel (sobrevivente); Renan Agnolin; Fernando Schardong; Edson Ebeliny; Gelson Galiotto; Douglas Dorneles e Jacir Biavatti.

 

Dirigentes:

 

Nilson Folle Júnior; Décio Burtet Filho; Edir de Marco; Ricardo Porto; Mauro dal Bello; Jandir Bordignon e Dávi Barela Dávi.

 

Convidados da delegação:

 

Delfim Peixoto Filho, presidente da Federação Catarinense de Futebol.

 

Comissão técnica:

 

Caio Júnior; Duca; Pipe Grohs; Anderson Paixão; Anderson Martins; Dr. Márcio; Gobbato; Cocada; Serginho; Adriano; Cleberson Silva; Maurinho; Cadu; Chinho di Domenico; Sandro Pallaoro; Cezinha e Giba. 

 

Atletas:

 

Danilo, Gimenez, Bruno Rangel, Marcelo, Lucas Gomes, Sérgio Manoel, Felipe Machado, Matheus Biteco, Cleber Santana, Alan Ruschel (sobrevivente), William Thiego, Tiaguinho, Neto (sobrevivente), Josimar, Dener Assunção, Gil, Ananias, Kempes, Follmann (sobrevivente), Arthur Maia, Mateus Caramelo e Aílton Canela.

 

Tripulação:

 

Miguel Quiroga, Ovar Goytia, Sisy Arias, Romel Vacaflores, Ximena Suarez (sobrevivente), Alex Quispe, Gustavo Encina, Erwin Tumiri (sobrevivente) e Angel Lugo.

 

CBF presta ajuda

 

A Confederação Brasileira de Futebol levou quase cem pessoas para a cidade de Medellín, na Colômbia, ontem, entre familiares das vítimas, staff, corpo médico, corpo jurídico, dirigentes e imprensa. O voo com a delegação deixou Chapecó às 17h, com uma escala em Guarulhos.

Além de toda a ajuda para os sobreviventes, familiares das vítimas e a própria Chapecoense, a CBF decretou luto oficial de sete dias no futebol brasileiro, adiando a decisão da Copa do Brasil, entre Grêmio e Atlético, que aconteceria esta noite em Porto Alegre (para o dia 7) e toda a última rodada do Campeonato Brasileiro, que agora será disputada no domingo, dia 11.

 

Solidariedade

 

Clubes brasileiros se uniram e publicaram nota oficial em conjunto para, além de manifestar pesar pela tragédia com a delegação da Chapecoense, também oferecer ajuda com empréstimo gratuito de atletas e solicitar à CBF que a equipe catarinense fique imune ao rebaixamento pelas próximas três temporadas.

Coritiba, Corinthians, Cruzeiro, Fluminense, Palmeiras, Portuguesa, Santos e São Paulo divulgaram nota no início da tarde de ontem, e há expectativa de que outros clubes também venham a aderir ao movimento, como o Grêmio.

Num vídeo divulgado em seu site oficial, o Cruzeiro, através de seu presidente, Gilvan de Pinho Tavares, também se coloca à disposição para emprestar jogadores à Chape.

– Nós estamos tristes, sentidos com essa tragédia, mas haveremos de ajudar. Trabalhando unidos, nós, presidentes de clubes do futebol brasileiro, para ela voltar com galhardia a disputar as competições do futebol brasileiro. Estou propenso a conversar com os outros clubes para que desenvolvamos um projeto para emprestarmos jogadores de bom nível para que eles possam disputar as competições de 2017 – disse Gilvan, em vídeo.

Paralelamente a isso, a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) planeja incluir a Chapecoense na Libertadores e na Recopa de 2017.

 

Nota dos clubes:

 

Neste momento de perda e de profunda tristeza, nós, presidentes dos clubes brasileiros que publicam essa nota, gostaríamos de manifestar nossos mais sinceros sentimentos de pesar e solidariedade à Associação Chapecoense de Futebol e seus torcedores, e em especial às famílias e amigos dos atletas, comissão técnica e dirigentes envolvidos na tragédia ocorrida na madrugada desta terça-feira (29).

Mesmo cientes dos prejuízos irreparáveis provocados por este terrível acontecimento, os Clubes entendem que o momento é de união, apoio e auxílio à Chapecoense.

Neste sentido, os Clubes anunciam Medidas Solidárias à Chapecoense, que consistirão, dentre outras, em:

(I) Empréstimo gratuito de atletas para a temporada de 2017; e

(II) Solicitação formal à Confederação Brasileira de Futebol para que a Chapecoense não fique sujeita ao rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro pelas próximas 3 (três) temporadas. Caso a Chapecoense termine o campeonato entre os quatro últimos, o 16o colocado seria rebaixado.

Trata-se de gesto mínimo de solidariedade que se encontra ao nosso alcance neste momento, mas dotado do mais sincero objetivo de reconstrução desta instituição e de parte do futebol brasileiro que fora perdida hoje.

 

 

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