Jorge Guimarães
Os pais que têm filhos em idade escolar estão apavorados com o anúncio de que os preços do material escolar ficarão em torno de 15% a 20% mais caros, o dobro do aumento registrado no mesmo período no ano passado. O impacto do ICMS para os itens da papelaria, que subiu de 6% para 12%, e a inflação são apontados como os vilões da história. Por isso, como não dá para escapar dos reajustes, a pesquisa e a pechincha tornam-se essenciais.
Para o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (Abfiae), Rubens Passos, o peso dos impostos sobre material escolar no Brasil é absurdo.
– A carga tributária no Brasil é altíssima e chega a ser abusiva. Nós temos índices que chegam a quase 50% do valor do produto. Senão vejamos, a caneta sofre uma carga tributária de 47,49%; o apontador e a borracha, de 43,19%. Outros itens básicos também não ficam atrás, como a cola líquida, com 42,71%; a régua, 44,65%; e o caderno, 34,99%. Como se vê, são tarifas altas para materiais básicos de quem vai estudar – argumenta.
Diante deste cenário, o presidente da associação recomenda aos pais e responsáveis que pesquisem bastante antes de comprar o material e que antecipem as compras.
– Muitos lojistas compraram produtos no primeiro semestre deste ano ainda sem o aumento dos preços que ocorreu a partir de julho. Esses lojistas não sofreram com os aumentos e estão com preço médio melhor. Quanto mais conseguirem antecipar as compras, terão preços menores – explica.
Mercado
Pesquisar sempre é o que sugerem também os empresários do setor em Divinópolis. Outra dica é que os responsáveis expliquem às crianças e aos adolescentes as dificuldades econômicas pelas quais o país está passando e os incentivem a escolher produtos mais baratos.
– É um momento de aprendizagem de economia doméstica. Os pais devem ensinar que não darão um estojo novo, uma mochila nova ou um caderno de uma marca mais cara porque a economia está difícil – recomenda Vantuil José dos Santos, gerente de uma papelaria no Centro.
Já a dona de casa Heloisa Santos disse estar pensando como vai agir na hora das compras.
– Vou pesquisar mesmo, como todo ano, mas vou ter uma artimanha a mais: vou comprar sem levar meus filhos. Chegando em casa, eu mostro o material, e pronto. Vamos ver no que vai dar – disse a dona de casa.