Palmério Ameno

 

 

No esporte divinopolitano, pujante, nos áureos tempos, o futebol predominava e fez muita  história nas hostes do amadorismo, quando os habitantes eram contagiados por frenético entusiasmo, originando assim, uma rivalidade sadia entre os clubes. Em tempos mais antigos, aqui existiam equipes já extintas como: Aimoré, São Cristóvão, Portuguesa, Alvorada… Pela década de 60, em campeonatos locais, com uma liga desportiva  bem organizada, as disputas se travavam pelas equipes do Guarani E.C., Ferroviário A.C., Flamengo, Palmeiras e Vasco. Rivalidade mais presente entre  os dois primeiros, na época, melhores, os quais exibiam um plantel forte. Uma disputa ente os mesmos era um acontecimento ansiosamente esperado, um grande clássico. Com a profissionalização do Guarani, que trouxe do Ferroviário para seu quadro os craques Ticrim, Pauzinho, Panhoto, este possuía um petardo, sua marca registrada e terror das barreiras. Conta-se que ele, ao bater uma penalidade próxima à área, um na barreira se posicionou de costa e um dos colegas interrogou: “Oi, você vai ficar de  costa?” Ele: “E você acha que iria perder a oportunidade de ver um golaço do Panhoto?” Nesses concorridos embates do esporte bretão desta cidade, o difícil era escolher um juiz imparcial para apitar as contendas. Como até hoje, “ladrão” é  o mínimo que se ouvia contra esses “pacientes” profissionais. Suas mães, que nada tinham a ver com futebol, eram os alvos, com saraivadas de “filho da puta” das torcidas.

Aqui, podem ser citados alguns juízes, como o Toniquinho Torres, pai dos excelentes atletas, Valtinho e Pauzinho; João Dias e o folclórico Valdomiro alcunhado de “De Noite”, que dava um “show” de humor misturado com gestos extravagantes, Valtinho Torres e outros.

Agora, vislumbrem o que vou narrar. Dada a rivalidade acentuada entre o Guarani e o Ferroviário, as diretorias dessas entidades decidiram selar um pacto, terminar destarte com tantas  altercações, enfim, fazerem as pazes. Combinaram,  então, que realizariam dois amistosos em campo neutro, do Flamengo. No primeiro, arbitraria o Toniquinho Torres, doente pelo alviverde, e, no segundo, o Joca Guimarães, apaixonado pelo alvirubro, ex-magnífico atleta, irmão dos saudosos ícones do Guarani, Mingote. Tudo nos conformes, agendaram os “jogos da paz”. Com o Toniquinho no apito, saiu vitorioso o Ferroviário; com o Joca, o “Bugre”. Até hoje permanece a dúvida: foi coincidência ou isso estava no “pacto”? Faça você, caro leitor, a sua própria reflexão.

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