Um Natal para celebrar a recuperação

José Carlos de Oliveira

Desde sua fundação há 26 anos, o Projeto Quero Viver procura passar o Natal em comunhão. O propósito é celebrar não apenas a recuperação dos dependentes, mas também unir e acolher suas famílias, que também são consideradas vítimas da destruição das drogas.

No sábado, 24, véspera de Natal, não foi diferente. Na fazenda dos Branquinhos, familiares e amigos, além de membros da Igreja Batista da Fé, juntaram-se aos dependentes para passar um Natal em Família. Nessa localidade, fica a sede do Núcleo I do Projeto Quero Viver.

Estiveram presentes mais de 200 pessoas. Conforme ressaltou o pastor Wilson Fernandes Botelho, todos estavam reunidos para exercitar o verdadeiro espírito de Natal, “reconhecendo seus erros e se arrependendo, com sinceridade, de seus maus caminhos”.

Quero Viver

O Projeto Quero Viver nasceu há 26 anos, por iniciativa do pastor Wilson Fernandes Botelho. A meta pré-determinada era cuidar de dependentes químicos, de álcool e outras drogas.

Em meio às pessoas acolhidas pelo projeto, estão muitos que foram abandonados pelos próprios familiares e amigos. Na visão dos membros do projeto, a família também se torna vítima e acaba sendo a que mais sofre com o vício.

Para Pastor Wilson, “não basta dar o peixe para matar a fome de ninguém”.

– Isto resolve o problema de um dia. Necessário é que se dê a vara e ensine o irmão a pescar, porque assim ele terá alimento para toda uma vida. E assim é em tudo em nosso dia a dia, até mesmo no amor – comenta.

Segundo o pastor, parar de fumar, beber e usar drogas é o menor de todos os problemas do viciado.

– O que ele precisa mesmo é de resgatar o amor próprio e o respeito de seus familiares e amigos – destaca.

Segundo o pastor, a principal meta do projeto é ensinar ao dependente químico o caminho da verdade e da vida, “mostrando àqueles que estão à margem da sociedade que para tudo há solução”.

Trabalho na praça

Para pastor Wilson Botelho e os membros do Ministério Quero Viver, investir as próprias vidas em outras vidas é o único caminho possível para cumprir o principal mandamento de Cristo: “amar ao próximo como a nós mesmos”.

Seguindo esse propósito, o trabalho na recuperação de dependentes químicos começou há mais de duas décadas, no antigo clube Guadalajara, no bairro Icaraí.

O projeto acabou alçando voos além do previsto inicialmente. Além da fazenda na comunidade rural dos Branquinhos, com ampla infraestrutura para atender a uma centena de dependentes, o Projeto Quero Viver já tem seu Núcleo II, na região do bairro Copacabana, na área urbana de Divinópolis.

Mas o trabalho na recuperação de dependentes químicos não se restringe a esses locais. Segundo o pastor, é preciso que ir ao encontro dos necessitados. Foi assim que nasceu a ideia de se manter, durante as 24 horas do dia, membros do projeto literalmente acampados na praça para resgatar dependentes.

Na Praça Candidés, nas imediações do pontilhão de ferro, que une o centro da cidade ao bairro Niterói, estão armadas tendas, onde membros da Igreja Batista da Fé e do Projeto Quero Viver permanecem todo o tempo realizando esse trabalho.

Desde meados de setembro de 2015, em pouco mais de um ano dessa ação diária na Praça Candidés, mais de três centenas de viciados já foram resgatados do local conhecido como “Carrapateiro”.

Parte foi levada para o Projeto Quero Viver e outros para clínicas de Divinópolis e cidades da região. Outra parte foi reconduzida para suas casas, onde foram recebidos por seus familiares.

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