Augusto Fidelis
Com toda honestidade e pureza d’alma, confesso que eu ainda não sei o que significa coxinha ou mortadela quando o assunto se refere ao comportamento de determinadas pessoas. Recebi um material que me fora enviado pelo acadêmico Francisco Braga sob o título “Curiosidade do Império brasileiro” e, logo no início da primeira página, uma observação: “Dom Pedro II não era coxinha nem mortadela… não tinha frescura alguma…”.
O material citado é fruto de intensa pesquisa em diversos locais e documentos, o qual traz preciosas informações sobre o comportamento do imperador e de sua família, as quais, normalmente, não são encontradas nos livros de história, às vezes, tendenciosos. Por exemplo: o Imperador pegava empréstimos no Banco do Brasil para pagar suas viagens. Hoje, qualquer deputado estadual tem mais regalias com recursos públicos do que a família imperial à época. Isso quer dizer que, moralmente, regredimos.
No que tange à esfera econômica, em 1880, o Brasil era a quarta economia do mundo e o nono maior império da história, a moeda brasileira tinha o mesmo valor do dólar e da libra. E ainda, entre 1860 e 1889, a média de crescimento do país era de 8,81% ao ano, com uma média de inflação de 1,08%. Só existiam 14 impostos, atualmente são 92.
Na mesma época, o Brasil tinha a segunda maior e melhor marinha do mundo, perdendo apenas para a Inglaterra. Foi o primeiro país da América Latina e o segundo no mundo a ter ensino especial para surdos e cegos. Em 1880, o Brasil foi o maior construtor de estradas de ferro, com mais de 26 mil quilômetros. Dom Pedro tinha projeto de construir uma linha que ligasse o Rio de Janeiro diretamente à cidade de Niterói, projeto em trâmite até hoje.
Entre 1850 e 1890, o Rio de Janeiro era conhecido no mundo como “A Cidade dos Pianos” devido ao elevado número de pianos em quase todos os ambientes domésticos e comerciais. O bairro mais caro da cidade, O Leblon, à época, era um quilombo que cultivava camélias, flor símbolo da abolição, sendo sustentado pela Princesa Isabel. À época, José do Patrocínio organizou uma guarda especialmente para a proteção da Princesa Isabel, chamada “A Guarda Negra”. Devido à abolição, ocorrida em 1888, e até mesmo antes, na Lei do Ventre Livre, a Princesa Isabel recebia diariamente ameaças contra sua vida e de seus filhos. As ameaças eram financiadas pelos grandes cafeicultores escravocratas.
Depois da proclamação da República, golpe arquitetado principalmente por Ruy Barbosa e levado a cabo pelo Marechal Deodoro da Fonseca e alguns gatos pingados, a coisa descambou e não sei onde vai parar. Carcarás!!! [email protected]