Da Redação
Preso desde maio do ano passado, o homem acusado de ameaçar três deputadas estaduais, inclusive Lohanna (PV), de “estupro corretivo” foi condenado em 1ª instância a 12 anos e 9 meses de prisão, em regime inicial fechado. Ainda cabe recurso.
Crimes
Segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a investigação aponta uma série de crimes cibernéticos.
— Conforme apurado, o réu se utilizava de múltiplos pseudônimos e técnicas de ocultação para praticar os crimes, entre eles, ameaças e injúria contra as deputadas, denunciação caluniosa, violência psicológica, transmissão e publicação de fotos e vídeos de nudez e pornográficos de adolescentes, instigação à automutilação, veiculação de símbolos nazistas, associação criminosa e corrupção de menores — detalhou.
‘Coragem’
A deputado Lohanna destacou das mulheres encararem com coragem situações como essa.
— A condenação deste homem é um reflexo de que a justiça está se movendo, mas também é um recado claro: a luta contra a violência contra as mulheres é contínua e essencial — ressaltou.
Lohanna também ressaltou que a condenação não é o fim da luta, mas um lembrete de que o silêncio não deve ser uma opção.
— Sonho com um Brasil onde a justiça seja feita para todas as mulheres, independentemente do cargo ou da posição que ocupam. Esse caso não é isolado, mas uma das muitas manifestações de violência que, infelizmente, ainda atingem tantas de nós todos os dias. A luta pela equidade e pela dignidade da mulher tem que ser um compromisso de todos nós — concluiu a deputada.
A deputada enalteceu, ainda, o apoio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), através do presidente Tadeu Martins (MDB).
— Ações como essa demonstram que a violência política de gênero não será tolerada e que a ALMG tem compromisso com a justiça e o respeito às mulheres — pontuou.
Força-tarefa
A condenação se deu por meio da atuação da 12ª Promotoria de Justiça de Belo Horizonte, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate aos Crimes Cibernéticos (Gaeciber) e das polícias Militar e Civil de Minas Gerais.
Segundo o coordenador do Gaeciber, promotor de Justiça André Salles Dias Pinto, a sentença representa um marco no combate aos crimes cibernéticos, demonstrando a efetividade da atuação conjunta do Ministério Público, Polícia Militar e Polícia Civil na identificação e responsabilização dos autores de tais delitos.
Operação
O réu foi preso em maio de 2024, em Olinda (PE), durante a terceira fase da operação Di@na. Ele foi acusado de enviar mensagens com ameaças graves às parlamentares Lohanna França, Bella Gonçalves (PSOL) e Beatriz Cerqueira (PT), por meio dos e-mails institucionais delas. Ele afirmava, ainda, ter informações pessoais das parlamentares, como endereço. As deputadas, então, formalizaram denúncia junto à Polícia Legislativa e ao Ministério Público de Minas Gerais.