Da Redação
A entrevista coletiva para detalhar a investigação do homicídio na Comunidade dos Costa reforçou os desafios enfrentados pela Polícia Civil (PC) em Minas Gerais. Antes de informar à imprensa o desfecho do caso, o delegado que responde pela Delegacia de Homicídios, Antônio Vicente, desabafou e mencionou as medidas adotadas para minimizar os impactos nos trabalhos. Dentre elas, a melhoria dos fluxos internos e o fortalecimento da cooperação junto à Polícia Militar (PM).
Falta de efetivo
Em sua fala, o delegado citou os problemas enfrentados atualmente.
— Não é novidade para ninguém que a Polícia Civil vem enfrentando um gravíssimo problema: o défit de efetivo — apontou.
Para o referido caso, PC e PM atuaram de forma mais próxima e, na sua avaliação, o resultado foi positivo.
— Esse caso foi o primeiro que essa nova dinâmica atendeu. O resultado foi quase que naturalmente — enalteceu.
Demandas
Em nível estadual, o Sindicato dos Servidores da Polícia Civil no Estado de Minas Gerais (Sindpol/MG) segue em busca de soluções junto ao governo. Em reunião estratégica no fim de julho, representantes da categoria discutiram a valorização salarial da categoria, a recomposição inflacionária, a falta de efetivo nas unidades policiais e a melhoria nas condições de trabalho.
Durante a reunião, foi ressaltada a importância da unidade entre os diferentes segmentos da Polícia Civil para pressionar o governo estadual a atender as demandas da categoria, principalmente frente ao cenário de abandono e descaso com a segurança pública mineira.
— Esse é o momento de somarmos forças. O diálogo entre as entidades é fundamental para mostrar ao Governo de Minas que a Polícia Civil é uma só, e que todos os servidores merecem respeito, valorização e condições dignas de trabalho — afirmou o presidente do Sindpol, Wemerson Oliveira.
ALMG
A audiência pública marcada para discutir os relatos de corte de gastos nas forças de segurança pública, em especial na PM, precisou ser remarcada pela segunda vez. Novamente, o motivo foi a ausência dos secretários convidados: secretarias de Estado de Governo (Segov), de Planejamento e Gestão (Seplag) e de Fazenda (Sefaz), respectivamente Marcelo Aro, Sílvia Caroline Listgarten Dias e Luiz Claudio Gomes. O encontro previsto para terça-feira agora está previsto para acontecer na segunda-feira, 18, às 14h, na Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
A nova agenda foi anunciada pelo presidente da comissão, deputado Sargento Rodrigues (PL), após entendimentos com o líder do Governo na ALMG, deputado João Magalhães (MDB), que garantiu a presença do titular da Sefaz na próxima semana.
Audiência
Sargento Rodrigues é autor dos requerimentos para ouvir os secretários sobre os cortes, que segundo ele têm atingido e prejudicado as forças de segurança pública do Estado. A presença do titular da Sefaz na terça chegou a ser confirmada, mas não teria sido possível diante de entrevista coletiva agendada pelo vice-governador, Mateus Simões (Novo), para tratar, nesta manhã de terça, do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), na qual o secretário de Fazenda seria presença necessária.
— Mas pode ficar tranquilo que o secretário da Fazenda estará presente com os demais convidados na próxima segunda — frisou João Magalhães ao expor as razões da ausência de Luiz Claudio Gomes.
Para o presidente da comissão, a confirmação de presença poderá evitar uma possível convocação dos gestores.
— Só espero que com a intervenção do deputado líder do Governo não tenhamos que fazer a convocação dos três secretários, já que previamente ele (João Magalhães) fez contato com o próprio titular da Sefaz para que possa comparecer e trazer aqui os esclarecimentos na próxima segunda — afirmou.
Contingenciamento
O objetivo da audiência é tratar de denúncias vindas de várias partes do Estado, de policiais militares dando conta de que viaturas estariam sendo mantidas paradas em ponto base, com restrição de combustível entre 10 e 15 litros por turno e limite de quilometragem entre 30 e 40 km. Além disso, as diligências e os treinamentos militares, estariam comprometidos. Situação semelhante estaria sendo reportada também por policiais civis e bombeiros militares.
O presidente da comissão quer saber por que os cortes de despesas na administração pública, feita por decreto do governador no mês de abril, recaíram sobre uma área essencial como a segurança pública.
