Queda nas doações compromete estoque de sangue na Hemominas 

Fator “O” negativo está 68% abaixo do estoque  considerado ideal; o “O” positivo também segue em baixa 

Da Redação

A Hemominas, sede  Divinópolis, enfrenta um período de baixa adesão de doadores, situação que tem provocado queda significativa nos estoques de sangue. O cenário preocupa, especialmente em relação ao tipo sanguíneo “O”, tanto positivo quanto negativo, cuja ausência é mais expressiva. Segundo a instituição, todas as regionais de Minas Gerais enfrentam a mesma dificuldade.

Os números atuais, conforme o setor de captação, podem comprometer o abastecimento dos hospitais da região Centro-Oeste. O Complexo de Saúde São João de Deus já enfrenta desafios diante da redução no fornecimento. O ideal seria que cerca de 85 pessoas comparecessem diariamente para a doação, mas o número está abaixo do necessário.

Estoque

O levantamento de segunda-feira, 8, mostra que alguns tipos sanguíneos estão em situação crítica, enquanto outros apresentam estoque acima do esperado. Os números são comparados com o nível estratégico definido pela Hemominas:

  • Sangue O+: estratégico 72 / atual 67 
  • Sangue O-: estratégico 25 / atual 8
  • Sangue A+: estratégico 53 / atual 68 
  • Sangue A-: estratégico 11 / atual 17 
  • Sangue B+: estratégico 16 / atual 23
  • Sangue B-: estratégico 3 / atual 11 
  • Sangue AB+: estratégico 2 / atual 15 
  • Sangue AB-: estratégico 2 / atual 8 

Os dados demonstram que, embora alguns grupos sanguíneos estejam em quantidade superior ao necessário, o tipo “O” segue em baixa, com destaque para o “O” negativo, que representa 68% abaixo do estoque considerado ideal.

Fatores 

A relações públicas da Hemominas em Divinópolis, Shirley Alves, explica que o cenário não surgiu recentemente. 

— Estamos registrando, há algum tempo, uma grande queda no comparecimento de doadores, principalmente dos grupos “O” positivo e “O” negativo. — destacou.

Entre as razões apontadas estão o período de férias escolares em julho, as temperaturas mais baixas e o aumento de doenças respiratórias, como gripe e febre. 

Atendimento 

Apesar da baixa, as cirurgias de urgência e emergência não estão sendo prejudicadas. Isso porque, segundo Shirley, a Fundação Hemominas atua em rede em todo o Estado. 

— Todas as cirurgias de urgência e emergência são atendidas normalmente, uma vez que o trabalho da Fundação Hemominas é realizado em rede. Assim, quando há baixa no comparecimento em uma unidade, é feita a pesquisa e a solicitação do envio desses componentes de outra unidade da rede no Estado — ressaltou.

Shirley lembra ainda que a unidade de Divinópolis tem papel estratégico, já que é responsável por fornecer sangue para toda a região Centro-Oeste.

Necessidade 

Embora o grupo sanguíneo “O” seja o mais crítico, Shirley reforça que todas as tipagens são importantes. 

— Na nossa unidade, registramos queda nos grupos “O” positivo e “O” negativo, mas é importante reforçar que precisamos manter a doação de todos os grupos para evitar redução nos demais — explicou.

A instituição também orienta que as doações devem ser previamente agendadas, medida que ajuda na organização e na manutenção dos estoques. 

Requisitos para doar

A doação de sangue pode ser feita até às 12h, de segunda a sexta-feira, e pessoas de diversas cidades podem se deslocar até a unidade de Divinópolis para contribuir. Para doar, é necessário:

  • Ter e estar com boa saúde.
  • Ter entre 16 e 69 anos de idade. Jovens de 16 e 17 anos podem doar acompanhados pelo responsável legal, que deverá apresentar um documento de identidade e assinar a autorização no local de doação. Se desacompanhado, deverá apresentar os seguintes documentos do responsável legal: autorização preenchida e assinada (modelo disponível no site www.hemominas.mg.gov.br) e a fotocópia do mesmo documento de identidade constante na autorização. A partir de 61 anos, o candidato à doação precisa comprovar a realização de pelo menos uma doação anterior.
  • Pesar mais de 50 kg.
  • Não ter tido hepatite após os 11 anos de idade.
  • Não ter sido exposto a situação de risco acrescido para infecções sexualmente transmissíveis (IST).
  • Não ter sido submetido a exame de endoscopia ou broncoscopia nos últimos 6 meses.
  • Não ter feito tatuagem nos últimos 6 meses. Caso não seja possível determinar se as condições de segurança foram adequadas, apto após 12 meses.
  • Não ter 
  • Ter dormido bem na noite anterior à doação.
  • Alimentar-se antes da doação pela manhã. Se for doar após o almoço, dar um intervalo de 3 horas.

É obrigatória a apresentação, no ato da doação, de documento original de identidade com foto, emitido por órgão oficial – Carteira de Identidade, Trabalho, Habilitação, Conselho de Classe ou Certificado de Reservista.

Triagem e segurança

A transfusão de sangue é considerada uma prática segura quando realizada seguindo todos os protocolos técnicos. Ainda assim, para evitar riscos aos receptores, os doadores passam por triagem clínica detalhada, que inclui perguntas pessoais e de caráter íntimo.

A Fundação alerta que a omissão de informações pode resultar na transmissão de doenças. Isso ocorre porque alguns exames não detectam infecções imediatamente após a contaminação, período conhecido como “janela imunológica”. Nesse intervalo, mesmo com resultados negativos, o sangue pode transmitir doenças.

As informações fornecidas durante a triagem são mantidas em sigilo. Caso o candidato se esqueça de mencionar alguma condição de risco, pode entrar em contato posteriormente com a unidade e solicitar que o sangue não seja utilizado.

Apelo à sociedade

Diante do cenário de estoques em baixa, a Shirley Alves reforça a necessidade de mobilização. 

— Convidamos todos os doadores, e também quem nunca doou, a comparecer às unidades da Fundação Hemominas com documento de identidade, estando em boas condições de saúde. A doação é um gesto voluntário, nobre e insubstituível, do qual realmente precisamos. Muitos pacientes estão aguardando e dependem da participação da sociedade — concluiu.

Para agendar a doação, acesse o site hemominas.mg.gov.br, utilize o aplicativo MG App – Cidadão ou ligue para (37) 3216-6500.

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