CREPÚSCULO DA LEI – ANO VII – CCCLVIII

Domingos Sávio Calixto

             A BlackRock é uma empresa gigantesca de gestão de investimentos, a instituição financeira mais influente do mundo. Ela “administra” o capital de governos, bancos, empresas, fundos de pensão e bilionários.

             Em 2025 a BlacRock “responde” por cerca de 10 trilhões de dólares em ativos, através de mais de 90 escritórios em 30 países, interferindo nas estratégias financeiras do planeta como um verdadeiro “governo sombra”.

             Enquanto a BlackRock tem capital aberto em bolsa de valores, isto não ocorre com outra potência companheira e gestora acionista — a Vanguard — e sua administração de 8 bilhões de dólares, aproximadamente. Ela pertence aos próprios investidores de seus fundos, ou seja, não tem acionistas externos, nem capital aberto.

             A Vanguard é fechada (!) e tem a devida participações em todas grandes corporações do mundo, desde Apple, Microsoft, Google, Amazon, Coca-Cola, Pfizer, Exxon,…Tesla, etc.

             A BlackRock e a Vanguard aparentam serem “rivais”, mas não são. Isto não é necessário para que elas se envolvam na sutil cartelização do mercado financeiro global, exatamente por possuírem ações de empresas concorrentes diretos entre si, em diversos setores, do mesmo modo que a própria Vanguard é a principal acionista da BlackRock.

             Nessa antropofagia de “ouroboros”, a ligação entre tais empresas cria uma rede mundial de poder financeiro – até mesmo com investimentos cruzados com o famigerado grupo Rothschild – que estabelece uma interconexão de capital determinante das regras da movimentação financeira no mundo, seja pelos bancos, seja pelas bigtechs, seja pelas guerras encomendadas.

 É praticamente um duopólio finceiro global e, por serem gestoras de investimentos globais, BlackRock e Vanguard têm investimentos de alta relevância, por exemplo, em Israel, seja na cibersegurança, softwares, bancos,indústria farmacêutica ou armamentos.

             Evidentemente que se trata de “investimentos”, seja no setor de defesa, de tecnologia, de infraestrutura, tanto no sentido político, quanto militar.

            Sob esse aspecto lucrativo, os investimentos da BlackRock e da Vanguard em Israel estão ligadas às atividades de empresas como Elbit Systems (tecnologia militar utilizada contra Gaza), Caterpillar (equipamentos de demolições de casas palestinas) e Lockheed Martin (fornecedora de equipamentos militares utilizados em Gaza).

             (…) Gaza é área de investimento para BlackRock e Vanguard, assim como é também para o atual presidente estadunidense. Por isso, a BlackRock e Vanguard acompanham as ações da Trump Organization e, da mesma forma, o presidente estadunidense acompanha os investimentos da BlackRock e da Vanguard.

Ele também tem especial interesse em temas lucrativos, como Gaza – e como a América Latina também. Assim, os lucros podem ser facilitados para quaisquer governantes que também estejam interessados neles, como a maioria da União Europeia.

             A BlackRock e Vanguard são feitas para isto, acompanhar e orientar a movimentação por lucros. Elas, gentilmente, incentivaram Political Action Committees (PACs) de contribuições para a candidatura do atual presidente estadunidense, principalmente aquelas registradas na Federal Election Commission (FEC), os famosos Incs “Make America Great Again”, cujas doações beiraram um bilhão de dólares.

             Nesse sentido, torna-se importante demonstrar gratidão a elas através do lucro, nem que para isso algumas ações possam parecer violentas. Afinal, o que é a violência econômica senão o gozo mais profundo do lucro. O lucro goza em todos os recantos vaginais da prostituição econômica.Ele paga. Ele manda.

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