Seis deputados mineiros foram duramente criticados por votarem para revogar a prisão preventiva do deputado Chiquinho Brazão (sem partido), durante a sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), nesta quarta-feira na Câmara Federal. O parlamentar é acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes em março de 2018. Os contrários à reclusão seguiram a argumentação da defesa do parlamentar carioca, que apontou para vícios jurídicos da prisão preventiva de Brazão, o que segundo a Constituição só poderia ocorrer em flagrante delito de crime inafiançável. Claro que as leis precisam ser respeitadas, mas existem casos e casos. Nesse, especialmente, dispensa palavras de como tudo aconteceu. Uma excelente oportunidade para os nobres representantes do povo pensarem em mudar as atuais normas ou alterá-las. Já passou da hora.
Quem são
Minas Gerais foi o estado que mais proferiu votos favoráveis a Brazão na CCJ, à frente do Rio de Janeiro, estado natal do parlamentar, que teve 5 votos. Saiba os deputados federais que votaram para revogar a prisão preventiva. Minas Gerais foi o estado que mais proferiu votos favoráveis a Brazão na CCJ, à frente do Rio de Janeiro, estado natal do parlamentar, que teve 5 votos. Os deputados que votaram para revogar a prisão preventiva são: Domingos Sávio (PL), que representa Divinópolis, Rafael Simões (União Brasil), Delegado Marcelo (União Brasil), Lafayette Andrada (Republicanos) e Felipe Saliba (PRD). Em contrapartida, entre os 53 deputados eleitos no Estado, 23 votaram para manter a prisão. Ainda bem que em alguns casos, a maioria vence. Neste, então, a vitória tinha que ser com v maiúsculo.
A prisão
Brazão foi detido pela Polícia Federal em 24 de março último acusado de ser o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes. As execuções aconteceram no mesmo mês, só que em 2018. Outros 15 parlamentares se manifestaram a favor da soltura e 14 não votaram ou estavam ausentes. Durante a votação, apenas uma abstenção foi registrada. E o deplorável é constatar que nestes momentos tão importantes para se conhecer de verdade quem realmente representa o povo, uns ficam literalmente “em cima do muro” e outros covardes se abstém. Anotem os nomes aí. 2026 está logo ali.
Figura ilustre
Não resta dúvidas que Divinópolis perdeu ontem, uma de suas figuras mais ilustres: Vinícius Peçanha. Divinopolitano, intelectual advogado, formado na primeira turma de Direito da Fadom, administrador, promotor de Justiça aposentado, músico, violonista, compositor, escritor, historiador, folclorista e capoeirista. Talentos e qualidades que o levaram a ser membro da Comissão Mineira de Folclore, da Academia Divinopolitana de Letras, onde ocupava a cadeira 14. E melhor: apaixonado pela “Cidade do Divino”, e por ela fez muito. A cidade perde uma referência que, dificilmente, aparecerá outra igual.
História
Vinícius estudou no Conservatório de Música do Rio de Janeiro, participou do Festival da Canção em 1967 no Maracanãzinho, onde teve várias de suas apresentações na TV Tupi e Itacolomi, tem como de sua autoria mais de 100 composições com partituras. Esportista foi jogador de base do Guarani Esporte Clube como lateral esquerdo, tem como algumas de suas obras as gravações dos CDs da Missa Conga, do Peão, responsável pela visita da Nossa Senhora Aparecida em Divinópolis. Além de tudo isso, teve artigo publicado no jornal Le Monde na França. Dizer o que mais? Que descanse em paz, Vinícius. Vá brilhar do outro lado. Divinópolis e seu povo são gratos por tudo que você fez.
