Até agora, nada! 

A semana chegou ao fim e sem sombra de dúvidas foi marcante. Apesar de não ter sido manchada por nenhum escândalo no Poder Legislativo, os últimos dias trouxeram importantes e necessárias reflexões para o povo, principalmente com a proximidade das eleições. É fato que a saúde pública da cidade foi o destaque com a situação da Unidade de Pronto Atendimento Padre Roberto (UPA 24h), que parece não ter solução. Mais uma vez, a verdade ficou escancarada, e solução do problema que é bom, até agora nada! Reunião de cá, de lá, para marcar novo encontro e o caos na UPA segue a todo vapor. E, ao que tudo indica, seguirá. Afinal, o que se tem até o momento são apenas discussões. O que a população tem até agora são governantes sentados em volta de uma mesa discutindo o que se deve fazer, enquanto o povo grita por um atendimento digno, por uma saúde que todos possam procurar sem medo de morrer por negligência e/ou descaso. Em paralelo a esta situação que urge por mudanças, e pelo fim do jogo de empurra, a população precisa lidar com os anúncios de inauguração de mais Unidades Básicas de Saúde (UBS’s). Chega a dar um nó na cabeça de quem é mais lúcido. A questão aqui talvez seja, como abrir mais, se as inúmeras unidades que estão abertas com poucos profissionais, e a população precisa recorrer à UPA por falta de atendimento no posto de saúde do seu bairro? Empurra-se tanto a situação para a UPA, hora para a falta de leitos, e hora para as costas do próprio povo, que procura a unidade quando supostamente deveria procurar uma UBS, mas esquecem-se de que só é possível fazer uma saúde pública de qualidade quando a atenção primária está funcionando bem. Não existe outro caminho. É matemática. Uma cidade só tem um fluxo de atendimento de qualidade quando a ponta funciona bem. Caso contrário o cenário é exatamente este que Divinópolis enfrenta há anos. Há outro ponto importante também a ser analisado, que é o fato de o Executivo não estar sequer dando conta de manter as que estão abertas, muitas vezes por falta de profissionais. Tanto que nesta semana dez profissionais de saúde, incluindo médicos.  Intrigante. Interessante. E, é justamente neste ponto que vem a lição da semana: o povo vai continuar fingindo não ver as coisas e aceitando tudo? Afinal de contas, de nada adianta ir para as redes sociais, escrever textões, gravar vídeos com discursos carregados de revolta, se na hora do “vamos ver” os seus representantes fazem o que querem. Não anda. Não evolui. Não adianta. Se a população aceitar a forma de como é tratada, no dia 6 de outubro, todos podem sentar e esperar para iniciar o ciclo mais uma vez. UPA superlotada. Problemas espalhados pela cidade. Reunião para marcar reunião. Governantes “secando gelo”, discutindo problemas, mas sem apresentar soluções rápidas, e o povo à míngua, carregando apenas a doce ilusão de que um dia vai mudar, mas sem enxergar que a mudança só vem quando ele quer. Do contrário tudo segue igual.