Peculiar. Essa talvez seja a palavra certa para definir o momento do Hospital Público Regional Divino Espírito Santo. Durante anos a fio, a obra foi palco da politicagem, e muitos, mas muitos candidatos arrancaram votos do local com discursos carregados de indignação, e de que “agora ia”. Entrava ano, saía ano, vinha eleição, acabava eleição, chegava outra eleição, e a construção simplesmente não “ia” para lugar nenhum. Totalmente parada. E, esse rito seguiu também com o atual governo municipal e estadual, que em fevereiro do ano passado prometeram que “agora ia”. Mas, entre editais, promessas, “agora vai”, mas não vai, as obras ficaram paradas por mais um ano. Súplicas por todos os lados dos governantes de Divinópolis, promessas e mais promessas do Governo do Estado de que “ia sim”. Eis que, surpreendentemente, segundo a Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra) “agora foi”. Ao que tudo indica, meio que em passos de tartaruga, mas parece que “agora foi”. Silencioso. Estranho. Peculiar. Sem qualquer alarde, sem qualquer tipo de publicidade, de que “agora está indo”, as obras parecem ter sido retomadas.
Depois de quase oito anos totalmente parada, a construção foi recomeçada, assim, totalmente em silêncio. Segundo a Seinfra, serviços parciais de demolições do forro de gesso, revestimento e tratamento superficial de pisos, revisão da cobertura, instalações elétricas e de telefonia foram feitas. Parece que “agora vai”, mas o que mais chama a atenção é o silêncio daqueles que fazem alarde até mesmo quando não tem nenhuma movimentação. Ainda mais peculiar por se tratar de um ano eleitoral, onde qualquer obra, qualquer reforma que seja os eleitos e os candidatos se “amontoam” querendo ser o “pai da obra”. O que fez tudo, como forma de ter o reconhecimento do povo, e assim, quem sabe, conseguir um votinho daqui, outro dali. A promessa do é que a obra seja entregue em 2025. Promessa essa reforçada pela Secretaria de Estado de Saúde, que afirmou: “as obras estão em andamento e já registraram progresso na etapa inicial”.
O desejo é que agora realmente vá. Afinal de contas, as obras do Hospital Regional são o maior exemplo de como os governantes jogam o dinheiro do povo pelo ralo. Apesar de o discurso ser o de que “está faltando”, para uma construção deste tamanho está parada, a verdade escancarada é outra: está sobrando. E, o que a população mais precisa neste momento é de que algo dê certo, nem que seja para dar um fôlego de esperança. Nem que seja para dar uma injeção de ânimo, e a população possa voltar a sonhar de que nem tudo está perdido, de que quem, sabe, talvez, ainda tenha uma luz no fim do túnel. Tomara que “agora vá”. Que não seja apenas mais um momento efêmero de promessa vazia. Apesar do silêncio, da peculiaridade de como esta obra foi retomada, o desejo é que agora a grande promessa de melhorias da saúde pública de Divinópolis enfim seja cumprida, e o povo honrado, por ter esperado por tanto tempo.
