Ígor Borges
O Brigadeiro Cabral agora será administrado pela conhecida Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Com isso, Divinópolis passa a ter uma grande conhecida no ramo da aviação a nível nacional administrando o aeroporto.
Ao Agora, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Luiz Ângelo Gonçalves, se mostrou animado com os benefícios da vinda da Infraero, que deve aliviar os cofres da Prefeitura e facilitar investimentos no espaço.
Com expectativa para o retorno dos voos comerciais para o segundo semestre deste ano, o secretário acredita que a Infraero vai elevar o patamar da cidade no quesito aviação.
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A outorga foi publicada nesta semana, e a Infraero assume após a conclusão do período de 120 dias de transição.
— A Infraero, a qual está sendo feita a outorga, foi contratada pelo município em 2019 e é importante destacar que ela tem 50 anos de experiência no setor aeroportuário. Além disso, possui toda uma estrutura e conta com um corpo técnico especializado em políticas públicas para a aviação civil, elaboração de projetos e planos de engenharia, administração e operação aeroportuária, capaz de acelerar o crescimento de nosso aeroporto — destacou a Prefeitura.
Investimentos e atração econômica
A Infraero deve investir em Divinópolis cerca de R$ 27 milhões, entre 2024 e 2025. Entre as melhorias a serem realizadas, estão a construção de um novo terminal de passageiros, a recuperação do pátio de aeronaves, a adequação de barreiras patrimoniais e a implantação de balizamentos.
Luiz Angelo revelou que a empresa vai aliviar as despesas operacionais, que giram em torno de R$ 200 mil por mês. Ele também comemorou os benefícios que virão com a mudança.
— Nós também teremos uma maior facilidade na atração de investimentos. Isso ocorre porque, o processo atual para realizar reformas é muito burocrático e demorado. Já que a Infraero é uma empresa do governo federal, ela possui uma facilidade muito maior de operacionalizar recursos — comentou.
O secretário, por fim, diz que a mudança pode significar que Divinópolis se torne referência em aeroportos regionais em cenário brasileiro.
— O conhecimento técnico e a expertise de gestão de aeroportos da Infraero é uma das principais do Brasil. Ou seja, além disso, gestão de planos, equipes para manutenção, melhorias e investimentos fica bem mais ágil se comparado com uma gestão municipal — completou.
Modernização
Com recursos próprios e também do Fundo Nacional da Aviação Civil (FNAC), diversas obras de revitalização e de infraestrutura foram realizadas nos últimos meses. O principal objetivo já era o retorno dos voos comerciais.
Dentre as atualizações estão:
- Implantação da RESA;
- Implantação da Sinalização Vertical;
- Implantação do Papi; Revitalização do Balizamento;
- Reparos no acostamento;
- Implantação de Guarita para controle de transbordo de carga;
- Implantação de Sistema de Alarme de segurança;
- Vigilância Armada com Certificação AVSEC;
- Equipe de manutenção e capina e Pintura do terminal de passageiros.
Voos comerciais
Com a outorga entregue a Infraero, fica também a expectativa para o retorno dos voos comerciais, paralisados há mais de seis anos. Após a última visita da Força Aérea Brasileira (FAB), Luiz havia comentado que não existe uma data certa, já que o retorno depende da companhia.
— Essas duas demandas não são impeditivas para a companhia operar. Então, ela poderia, mesmo que sem as homologações finais, também já anunciar, por exemplo, o início das vendas das passagens. Isso aí já é uma decisão comercial operacional da Azul — destacou.
O secretário garantiu ainda na época, que a Prefeitura mantém conversas com a companhia.
—São processos independentes, as tratativas para o início da operação da Azul em Divinópolis independem da administração do aeroporto. De toda forma, as conversas têm sido feitas já apresentando à Azul a futura administração da Infraero no nosso aeroporto, então já existe o alinhamento entre todas as partes — afirmou.
A empresa formalizou o interesse em operar até quatro voos por dia para o aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, e para o de Viracopos, em Campinas.
— A Azul tem mais de 300 voos que saem de Campinas e mais de 100 voos que saem de Confins. Então, não é a ideia de ter Belo Horizonte como destino final dos voos, mas sim de usar a capital como um hub de mais de 100 conexões diárias saindo de toda a região Centro-Oeste — explicou o secretário.
O gerente de Planejamento e Estratégia de Malha da Azul comentou em março sobre a retomada.
— Temos grande expectativa em restabelecer nossas operações em Divinópolis e contribuir para o desenvolvimento econômico e social desta região estratégica. Assim que todas as instalações e certificações forem concluídas e homologadas pela Anac, estimamos que os voos na cidade possam iniciar em um prazo de 100 a 120 dias — relatou.
Desde então, 60 dias passaram e, caso a expectativa se mantenha, a retomada deve acontecer logo no começo do segundo semestre, entre agosto e setembro.
Negociações
Em maio de 2023, a Prefeitura entregou para a Secretaria de Aviação Civil o manifesto de interesse para a concretização da transferência da outorga do Aeroporto Brigadeiro Antônio Cabral à empresa Infraero.
Ainda no ano passado, a pauta da outorga foi tratada em reunião junto ao então presidente da Infraero, Rogério Amado Barzellay, com o superintendente de Gestão da Operação, Paulo Eduardo Cavalcante e Rodrigo Medeiros, para que o potencial do aeroporto de Divinópolis fosse alavancado.
Outras outorgas
O secretário ainda explicou sobre um reposicionamento de mercado da Infraero, que agora foca na administração de aeroportos regionais. Além de Divinópolis, a empresa que já geriu como o Santos Dumont, no Rio de Janeiro, recebeu outorgas de oito terminais, incluindo os de Governador Valadares e Vale do Aço.
No Estado, a empresa também faz a gestão dos aeroportos de Juiz de Fora e Poços de Caldas, por meio de contratos firmados com as prefeituras.