Flávio Flora
O empresariado e os meios políticos divinopolitanos têm envidado esforços contra a inércia do governo estadual e da concessionária Nascentes das Gerais, exploradora da MG-050 (rodovia Newton Penido), em realizar as obras necessárias para segurança, acessibilidade e mobilidade de quem transita pela região, próxima ao Centro Industrial Jovelino Rabelo e bairro Quintino.
O vereador Marquinho Clementino (PROS), aguarda reunião com o secretário estadual de Transportes e Obras Públicas, Murilo Valadares, para discutir o andamento dos processos de desapropriação e indenização das propriedades a serem usadas na duplicação do anel rodoviário Tancredo Neves e na construção dos trevos do Icaraí e Quintino. Na reunião que deve ocorrer, na próxima semana, o cronograma de obras também deve ser revisado.
— Por serem obras de extrema importância para o desenvolvimento de nossa cidade, é necessário está cobrança para dar um retorno à população — justifica Clementino.
Cronograma descumprido
Não é por falta de pedidos e empenhos das autoridades públicas e econômicas que o trevo do bairro Icaraí – origem de graves problemas de transporte, acessibilidade e segurança, à entrada da cidade – não entra na pauta governamental.
O Ministério Público já foi acionado por representação da Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e Serviços de Divinópolis (Acid) contra a concessionária por sua inércia, em relação às obras de duplicação e dois trevos dos bairros Icaraí e Quintino, cujo cronograma não está mais sendo cumprido.
— Estamos cansados de ser o ‘patinho feio’ da Nascentes e do governo do Estado. Por isso ingressamos com uma representação no Ministério Público, que já está em fase de investigação. Tudo isso tem dificultado a vinda de novas empresas para o nosso município, que dependem de boas rodovias para escoar sua produção — desabafa o presidente da Acid, Léo Gabriel.
O “patinho feio”
Divinópolis se situa num trecho intermediário da rodovia estadual e, no momento, é o município que mais sofre com o atraso nas obras, conforme já foi constatado pelo próprio governo. Os obstáculos enfrentados pelas empresas instaladas no Centro Industrial Jovelino Rabelo desestimulam os empreendimentos e novos investimentos e algumas já anunciam mudanças para outras localidades, pela facilidade de escoar a produção.
Dos 50 municípios que pertencem à área de influência da MG-050, todos dependem dessa rodovia. A morosidade no andamento das obras poderá significar um atraso irreparável na retomada do desenvolvimento econômico do município.
— É inaceitável que o dinheiro do pedágio pago pelo divinopolitano (que é a maior cidade pagadora do pedágio ao longo da MG-050) seja transferido para a cidade de Itaúna (com 100% das obras concluídas) e ainda é revoltante saber que o cidadão de Mateus Leme, que possui pista 100% duplicada até Belo Horizonte, não paga nada de pedágio — reclama Léo Gabriel.
Fora do cenário
Na semana passada, o vereador Eduardo Print Junior (SDD) levou o assunto para o plenário da Câmara para reclamar que “a situação geral está difícil e a Nascente das Gerais não ajuda”. Em sua fala, manifesta inquietação diante do novo cenário econômico que se descortina, no qual “os municípios que primeiro oferecerem melhor infraestrutura para receber investimentos, certamente, serão os escolhidos pelos investidores”. Na sua percepção, Divinópolis, em sendo a maior cidade na extensão da rodovia, sem dúvida, será a localidade com a maior probabilidade de ser excluída do novo cenário econômico sinalizado pelo governo federal.
