A primeira quinzena de abril já ficou para trás e, assim, a corrida eleitoral se movimenta, pois se aproxima também prazos importantes da Justiça Eleitoral para as definições rumo a outubro. Os vereadores que vão tentar a reeleição já é de conhecimento público e atuam de forma fervorosa junto às suas bases e longe delas também. Tem também aqueles que estão fora do Legislativo e que vão tentar uma vaga, e que seguem a mesma linha. Não muito diferente estão os nomes que pretendem concorrer à Prefeitura. Afinal, faltam quase seis meses para as eleições, mas assim como abril, os outros meses devem passar voando.
Na área
Se derrubar é pênalti? Sim. Gíria do futebol que se encaixa como uma luva para um vetereno da política em Divinópolis: Galileu Machado. Difícil é derrubá-lo, mesmo aos 92 anos, quando se trata da disputa de um cargo político. Aliás, a cadeira de prefeito, na qual, ele se sentou por quatro mandatos. Filiado ao Partido da Renovação Democrática (PRD), depois de terem lhe tomado o MDB, o “velho guerreiro” se diz pré-candidato a prefeito. Por enquanto, fala somente em seu nome, certamente ainda analisa possíveis composições, já que o prazo eleitoral permite isso. O PRD surgiu ano passado da fusão do Patriotas com o PTB e tem, em Divinópolis, o vereador Flávio Marra como presidente. Ele próprio já havia citado o nome de Galileu para uma possível disputa. No entanto, pelo que mostra o cenário neste momento, em se tratando de Legislativo e Executivo, não é favorável a esta pretensão. Ideal seria Galileu disputar uma vaga na Câmara. Se elegeria com muita facilidade e puxaria votos demais. Combinação perfeita para um partido que caminha sozinho e ainda não é tão conhecido.
‘Inacreditável’
E como tudo envolve política e os escolhidos para representar o povo, o assunto do fim de semana foi “a saidinha”. A decisão de barrar o trecho que proibia esse benefício aos presos, exatamente o mais importante do projeto de lei, gerou críticas ferrenhas ao presidente Lula (PT). Um que rasgou o verbo foi o governador de Minas Gerais Romeu Zema (Novo), que classificou como “inacreditável” o veto. Zema foi além: disse que o petista apoia criminosos, “contra a vontade do povo brasileiro”. Se é contra a vontade da população, não se pode cravar, talvez da maioria, sim. Mas, ir contra as críticas de Zema não dá. Impossível ter paz até de andar nas ruas sabendo que se pode ser vítima de criminosos da mais alta periculosidade em qualquer lugar, em qualquer momento. Claro que existem presidiários que saem e cumprem a rigor as normas, no entanto, alguns acabam com a reputação dos demais. Então, neste caso, infelizmente, “os justos precisam pagar pelos pecadores”. Ao contrário, uma população inteira é que vai arcar.
Contra as leis?
O veto foi publicado na edição da última sexta-feira, 12, no Diário Oficial da União. O presidente vetou o trecho da proposta que impedia a saída temporária para presos que querem visitar suas famílias. No entendimento do ministro de Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, apesar dos apelos da sociedade, a proibição geral do benefício atentaria contra a própria Constituição brasileira. Não está errado, pois é o que determina a lei. Mas, a pergunta é: desde quando a Constituição é respeitada neste país? Engraçado é que quando o benefício é para a população, as leis sempre são usadas como empecilho. Porém, quando o assunto é “gente grande”, político e “endinheirados”, a Carta Magna é simplesmente rasgada. Quanta hipocrisia.
Proibir de votar?
Além de criticar também duramente a decisão de Lula, o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) afirmou ainda por meio de vídeo, que vai apresentar no Senado Federal um projeto de lei proibindo todos os presos de votar nas eleições. Mandou um recado direto para o presidente, dizendo que os senadores vão derrubar o veto. “E ainda vou te deixar com mais raiva, porque vou fazer um projeto de lei em que os presos não poderão mais votar. Quem tem direito de votar é o cidadão de bem, preso tem que ficar é na cadeia”, cutucou. Essa é declaradamente uma “briga de cachorro grande”, que promete novos e polêmicos rounds.
