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Uma em cada dez famílias brasileiras enfrenta insegurança alimentar

Em Divinópolis quase 10 mil famílias estão em situação de pobreza; mais de 20 milhões de pessoas convivem com o problema, diz IBGE

by JORNAL AGORA

Da Redação

A insegurança alimentar moderada ou grave atingiu 7,4 milhões de famílias brasileiras no último trimestre de 2023. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad, divulgada nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Os números correspondem a 9,4% do total. É possível afirmar que uma em cada dez famílias brasileiras enfrenta insegurança alimentar.

Divinópolis não foge à esta realidade. São 9.717 famílias em situação de pobreza na cidade, 33% da população. De baixa renda, 6.937, 24% dos moradores da cidade. O dados são do Cadastro Único do município (CadÚnico) e a região Sudeste que contemplam bairros como Quinta das Palmeiras, Maria Helena, Elizabeth Nogueira e Dona Rosa, é a  mais afetada. 

Dados

Segundo o IBGE, esses mais de 7 milhões de lares que convivem com a redução na quantidade de alimentos consumidos ou com a ruptura em seus padrões de alimentação abrigam 20,6 milhões de pessoas.

A metodologia da pesquisa envolve um questionário sobre a situação alimentar do domicílio nos 90 dias que antecederam a entrevista. 

— A gente não fala de pessoas [individualmente], a gente fala de pessoas que vivem em domicílios que têm um grau de segurança ou insegurança alimentar — destaca o pesquisador do IBGE, André Martins.

Quatro níveis

O domicílio é classificado em quatro níveis, segundo a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar. O grau segurança alimentar demonstra que aquela família tem acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente.

De acordo com o IBGE, 56,7 milhões de famílias brasileiras (que reúnem 152 milhões de pessoas) encontram-se nessa situação.

Leve, moderada e grave

O grau insegurança alimentar leve afeta 14,3 milhões de famílias (43,6 milhões de pessoas) e significa que há preocupação ou incerteza em relação aos alimentos no futuro, além do consumo de comida com qualidade inadequada de forma a não comprometer a quantidade de alimentos.

Já a insegurança alimentar moderada atinge 4,2 milhões de famílias (11,9 milhões de pessoas) e demonstra redução quantitativa de alimentos entre os adultos e/ou ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos entre os adultos.

Por fim, a situação mais severa é a insegurança alimentar grave, que representa uma redução quantitativa de comida e ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos entre todos os moradores, incluindo as crianças. São 3,2 milhões de famílias, ou 8,7 milhões de pessoas, que se encontram nesse cenário.

Orçamentos familiares

A situação, no entanto, melhorou em comparação com o último levantamento.

O percentual de domicílios em situação de segurança alimentar subiu de 63,3% em 2017/2018 para 72,4% em 2023. Já aqueles que apresentavam insegurança alimentar moderada ou grave recuaram de 12,7% para 9,4%. A leve também caiu, de 24% para 18,2%.

— A gente teve todo um investimento em programas sociais, em programas de alimentação, principalmente esses programas de [transferência de] renda. Isso reflete diretamente na escala de insegurança alimentar, que responde bem a esse tipo de intervenção — afirma o pesquisador.

Outro indicador que provoca melhora da situação é a redução dos preços dos alimentos. Em 2023, por exemplo, os produtos alimentícios para consumo no domicílio tiveram queda de preços de 0,52%.

Movimentos

O pesquisador do IBGE Leonardo de Oliveira ressalta, no entanto, que não é possível atribuir apenas ao ano de 2023 o avanço ocorrido, uma vez que se passaram cinco anos entre a última pesquisa. 

— É importante ter em mente que esse movimento não são melhorias de um único ano. O resultado aqui é consequência de todos os movimentos da renda e movimentos de preço que aconteceram entre esses dois períodos — destaca.

A situação de segurança alimentar, no entanto, ainda está inferior àquela observada no ano de 2013, quando o assunto foi abordado pela Pnad. Naquele ano, a segurança alimentar era garantida a 77,4% dos lares, enquanto a insegurança alimentar leve atingia 14,8% dos domicílios, a insegurança moderada, 4,6% e a insegurança grave, 3,2%.

(Com informações da Agência Brasil).

Olho: “A recuperação da renda, do trabalho também se reflete na segurança alimentar”

  • André Martins, pesquisador do IBGE

Foto: Agência Brasil

Legenda: Arroz faz parte da alimentação básica brasileira

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